Para refletir...

“Cuide-se como se você fosse de ouro, ponha-se você mesmo de vez em quando numa redoma e poupe-se.”Clarice Lispector

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Verbo - exercícios com gabarito

1.Complete as orações abaixo com os verbos indicados entre parênteses no modo subjuntivo.
a) Se eu ___________________ em tudo que você diz, estaria perdido. (acreditar)
b) Não tenho certeza, mas se nós _________________ por esta rua, gastaremos menos tempo. (subir)
c) Pode ser que você _____________ razão. (ter)
d) Não é que eu ______________ me intrometer, mas você não tem agido bem nas últimas semanas. (querer)
e) Talvez a cor azul nos ______________ sorte. (trazer)
f) Se _____________ tudo o que é necessário à melhoria da sociedade, o governo poderá contar com seu povo. (fazer)
g) Quando você ________________, vá ao banco para mim. (poder)
h) É necessário que todos _______________ solidários. (ser)
i) Se ela _________________ a verdade, teria a consciência menos pesada. (falar)
j) Nós comeríamos a sobremesa, se ela ________________ servida. (ser)
k) Talvez eu _________________ para você dormir. (cantar)
l) Se eu ___________________ mais com o meu pai, ele me compreenderia melhor. (conversar)
m) Quando eu ________________, trarei as encomendas. (voltar)
n) Se você _______________ a casa, teria o dinheiro necessário. (vender)
o) Desejo que ele _________________ as paredes novamente. (pintar)

2. Informe em que tempo do modo subjuntivo encontram-se as formas verbais destacadas abaixo.
a) Se nós repartíssemos o bolo, todos comeriam.
b) É possível que você a encontre depois da aula.
c) Depois que vocês terminarem o exercício, farei a correção.
d) Ele não permitiu que nós olhássemos pela janela.
e) É improvável que o cão fuja novamente.

3.Leia as frases abaixo, observando as formas verbais destacadas. Em seguida, relacione-as aos itens abaixo.
 (1) Fato incerto no presente
(2) Fato hipotético que poderia ter acontecido no passado
(3) Fato que possivelmente ainda vai acontecer

(   ) Se não existisse o petróleo, não beberíamos refrigerante em garrafinhas de plástico.
(    ) Quando nos informarmos mais sobre a importância do petróleo, compreenderemos a sua influência no nosso dia-a-dia.
(    ) É possível que algumas comunidades do planeta não precisem do petróleo.

4. Leia esta letra de uma canção.
 Dia branco
 Se você vier Se você vier
 Pro que der e vier Até onde a gente chegar
 Comigo Numa praça na beira do mar
 Eu te prometo o sol Num pedaço de qualquer lugar
 Se hoje o sol sair Nesse dia branco
 Ou a chuva Se branco ele for
 Se a chuva cair Esse tanto esse canto de amor
 Se você vier
 Pro que der e vier comigo.
(Geraldo Azevedo e Renato Rocha. O Grande Encontro. BMG 1995.)

a) No texto, a felicidade do eu lírico depende de uma condição básica. Que versos exprimem essa condição?
b) Em que tempo e modo estão as formas verbais vier, der, sair, cair, for, quiser, empregadas no texto?
c) Esse tempo e modo normalmente exprimem ações futuras dadas como certas ou possíveis?

Fonte: Escola São Domingos

Gabarito:
1. a) acreditasse b) subirmos  c) tenha  d) queira  e) traga  f) fizer  g) puder  h) sejam
i) falasse   j) fosse k) cante  l) conversasse  m) voltar  n) vendesse  o) pinte   
2. a) Pretérito imperfeito   b) Presente  c) Presente  d) Pretérito imperfeito  e) Presente
3. ( 3 -  2 -  1 )

4. a) Se você vier   b) Futuro do subjuntivo  c) Possíveis

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Exercícios sobre Concordância Nominal = com gabarito

Nas frases abaixo, faça a concordância com as palavras entre parênteses.

a-  Escolheu ____________ hora e momento para ir ao shopping.. (péssimo)
b- Ela comprou ____________ revistas e livros na loja. (novo)
c- O garoto ganhou _____________ quadros e livros. (moderno)
d- Respondia com gesto e expressão ______________. (irônico)
e- Ela Possuía simplicidade e franqueza _____________. (raro)
f- Considerou ___________ a sentença e o argumento. (decisivo)
g- A garota comeu carne e banana ___________ . (maduro)
h- Trouxeram carne de porco e lombo ___________. (assado)
i- _____________ o colégio e a faculdade. (estava fechado)
j- _____________ a garota e o garoto. (parecia calmo)


Gabarito:
a- péssima  b - novas  c- modernos  d- irônicos / irônica   e - raras / rara  f- decisivos / decisiva   g- madura   h- assado     i- Estava fechado / Estavam fechados   j- Pareciam calmos / Parecia calma


Fonte: Português Vestibular

Exercício sobre crase - com gabarito

Coloque o acento grave indicativo da crase quando julgar necessário:

1. Fez referência a peça que estava em cartaz.
2. Veio a caráter.
3. Tudo pertencia a ela.
4. Dedicou o sucesso a todos.
5. Tráfego proibido a motocicletas.
6. Fazia referência a leis ou as leis.
7. Ficou cara a cara com o goleiro.
8. O jogo foi transferido para as 8h.
9. O jogo será as 8h.
10. O banqueiro vai a Roma com certa frequência.
11. Ele viajou a antiga Roma.
12. Gosta muito de um Bacalhau a Gomes de Sá.
13. A reivindicação é idêntica a dos metalúrgicos.
14. Saiu as escuras.
15. Andava a procura de emprego.
16. O salão ficava cheio a medida que os convidados iam chegando.
17. Ele venceu a distância.
18. O presidente se referia aquele senador.
19. Prefiro isso aquilo.
20. Dedicou todo seu amor a Clara.




Gabarito
1. Fez referência à peça que estava em cartaz. (referência a + a peça)
2. Veio a caráter. (não há crase antes de palavra masculina)
3. Tudo pertencia a ela. (não há crase antes de pronome pessoal)
4. Dedicou o sucesso a todos. (não há crase antes de pronome indefinido)
5. Tráfego proibido a motocicletas. (não há crase antes de plural = a+plural)
6. Fazia referência a leis ou às leis. (referência a + as leis = às+plural)
7. Ficou cara a cara com o goleiro. (não há crase entre palavras repetidas)
8. O jogo foi transferido para as 8h. (não crase quando já houver outra preposição)
9. O jogo será às 8h. (=adjunto adverbial de tempo feminino)
10. O banqueiro vai a Roma com certa frequência. (volto de Roma = sem artigo)
11. Ele viajou à antiga Roma. (volto da antiga Roma = com artigo)
12. Gosta muito de um Bacalhau à Gomes de Sá. (=à moda Gomes de Sá)
13. A reivindicação é idêntica à dos metalúrgicos. (idêntica a + a = a reivindicação)
14. Saiu às escuras. (=adjunto adverbial de modo)
15. Andava à procura de emprego. (=locução prepositiva feminina)
16. O salão ficava cheio à medida que os convidados iam chegando. (=locução conjuntiva feminina)
17. Ele venceu à distância. (=locução adverbial)
18. O presidente se referia àquele senador. (referia-se a + aquele)
19. Prefiro isso àquilo. (prefiro isso a + aquilo)
20. Dedicou todo seu amor a/à Clara. (crase facultativa antes de nomes próprios de mulher) 


Fonte: Colégio Integrado

Memórias Póstumas de Brás Cubas - análise

Memórias Póstumas de Brás Cubas - resumo e análise da obra de Machado de Assis
Ao criar um narrador que resolve contar sua vida depois de morto, Machado de Assis muda radicalmente o panorama da literatura brasileira, além de expor de forma irônica os privilégios da elite da época
Publicado em 1881, o livro aborda as experiências de um filho abastado da elite brasileira do século XIX, Brás Cubas. Começa pela sua morte, descreve a cena do enterro, dos delírios antes de morrer, até retornar a sua infância, quando a narrativa segue de forma mais ou menos linear – interrompida apenas por comentários digressivos do narrador.

NARRADOR
A narração é feita em primeira pessoa e postumamente, ou seja, o narrador se autointitula um defunto-autor – um morto que resolveu escrever suas memórias. Assim, temos toda uma vida contada por alguém que não pertence mais ao mundo terrestre. Com esse procedimento, o narrador consegue ficar além de nosso julgamento terreno e, desse modo, pode contar as memórias da forma como melhor lhe convém.

FOCO NARRATIVO
Com a narração em primeira pessoa, a história é contada partindo de um relato do narrador-observador e protagonista, que conduz o leitor tendo em vista sua visão de mundo, seus sentimentos e o que pensa da vida. Dessa maneira, as memórias de Brás Cubas nos permitirão ter acesso aos bastidores da sociedade carioca do século XIX.

TEMPO
A obra é apoiada em dois tempos. Um é o tempo psicológico, do autor além-túmulo, que, desse modo, pode contar sua vida de maneira arbitrária, com digressões e manipulando os fatos à revelia, sem seguir uma ordem temporal linear. A morte, por exemplo, é contada antes do nascimento e dos fatos da vida.

No tempo cronológico, os acontecimentos obedecem a uma ordem lógica: infância, adolescência, ida para Coimbra, volta ao Brasil e morte. A estranheza da obra começa pelo título, que sugere as memórias narradas por um defunto. O próprio narrador, no início do livro, ressalta sua condição: trata-se de um defunto-autor, e não de um autor defunto. Isso consiste em afirmar seus méritos não como os de um grande escritor que morreu, mas de um morto que é capaz de escrever.

O pacto de verossimilhança sofre um choque aqui, pois os leitores da época, acostumados com a linearidade das obras (início, meio e fim), veem-se obrigados a situar-se nessa incomum situação.
ENREDO
A infância de Brás Cubas, como a de todo membro da sociedade patriarcal brasileira da época, é marcada por privilégios e caprichos patrocinados pelos pais. O garoto tinha como “brinquedo” de estimação o negrinho Prudêncio, que lhe servia de montaria e para maus-tratos em geral. Na escola, Brás era amigo de traquinagem de Quincas Borbas, que aparecerá no futuro defendendo o humanitismo, misto da teoria darwinista com o borbismo: “Aos vencedores, as batatas”, ou seja: só os mais fortes e aptos devem sobreviver.

Na juventude do protagonista, as benesses ficam por conta dos gastos com uma cortesã, ou prostituta de luxo, chamada Marcela, a quem Brás dedica a célebre frase: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis”. Essa é uma das marcas do estilo machadiano, a maneira como o autor trabalha as figuras de linguagem. Marcela é prostituta de luxo, mas na obra não há, em nenhum momento, a caracterização nesses termos. Machado utiliza a ironia e o eufemismo para que o leitor capte o significado. Brás Cubas não diz, por exemplo, que Marcela só estava interessada nos caros presentes que ele lhe dava. Ao contrário, afirma categoricamente que ela o amou, mas fica claro que, naquela relação, amor e interesse financeiro estão intimamente ligados.
Apaixonado por Marcela, Brás Cubas gasta enormes recursos da família com festas, presentes e toda sorte de frivolidades. Seu pai, para dar um basta à situação, toma a resolução mais comum para as classes ricas da época: manda o filho para a Europa estudar leis e garantir o título de bacharel em Coimbra.
Brás Cubas, no entanto, segue contrariado para a universidade. Marcela não vai, como combinara, despedir-se dele, e a viagem começa triste e lúgubre.
Em Coimbra, a vida não se altera muito. Com o diploma nas mãos e total inaptidão para o trabalho, Brás Cubas retorna ao Brasil e segue sua existência parasitária, gozando dos privilégios dos bem-nascidos do país.
Em certo momento da narrativa, Brás Cubas tem seu segundo e mais duradouro amor. Enamora-se de Virgília, parente de um ministro da corte, aconselhado pelo pai, que via no casamento com ela um futuro político. No entanto, ela acaba se casando com Lobo Neves, que arrebata do protagonista não apenas a noiva como também a candidatura a deputado que o pai preparava.
A família dos Cubas, apesar de rica, não tinha tradição, pois construíra a fortuna com a fabricação de cubas, tachos, à maneira burguesa. Isso não era louvável no mundo das aparências sociais. Assim, a entrada na política era vista como maneira de ascensão social, uma espécie de título de nobreza que ainda faltava a eles.

NÃO-REALIZAÇÕES
O romance não apresenta grandes feitos, não há um acontecimento significativo que se realize por completo. A obra termina, nas palavras do narrador, com um capítulo só de negativas. Brás Cubas não se casa; não consegue concluir o emplasto, medicamento que imaginara criar para conquistar a glória na sociedade; acaba se tornando deputado, mas seu desempenho é medíocre; e não tem filhos.
A força da obra está justamente nessas não-realizações, nesses detalhes. Os leitores ficam sempre à espera do desenlace que a narrativa parece prometer. Ao fim, o que permanece é o vazio da existência do protagonista. É preciso ficar atento para a maneira como os fatos são narrados. Tudo está mediado pela posição de classe do narrador, por sua ideologia. Assim, esse romance poderia ser conceituado como a história dos caprichos da elite brasileira do século XIX e seus desdobramentos, contexto do qual Brás Cubas é, metonimicamente, um representante.
O que está em jogo é se esses caprichos vão ou não ser realizados. Alguns exemplos: a hesitação ao começar a obra pelo fim ou pelo começo; comparar suas memórias às sagradas escrituras; desqualificar o leitor: dar-lhe um piparote, chamá-lo de ébrio; e o próprio fato de escrever após a morte. Se Brás Cubas teve uma vida repleta de caprichos, em virtude de sua posição de classe, é natural que, ao escrever suas memórias, o livro se componha desse mesmo jeito.


O mais importante não é a realização ou não dessas veleidades, mas o direito de tê-las, que está reservado apenas a uns poucos da sociedade da época. Veja-se o exemplo de Dona Plácida e do negro Prudêncio. Ambos são personagens secundários e trabalham para os grandes. A primeira nasceu para uma vida de sofrimentos: “Chamamos-te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de um lado pro outro, na faina, adoecendo e sarando…”, descreve Brás. Além da vida de trabalhos e doenças e sem nenhum sabor, Dona Plácida serve ainda de álibi para que Brás e Virgília possam concretizar o amor adúltero numa casa alugada para isso.
Com Prudêncio, vê-se como a estrutura social se incorpora ao indivíduo. Ele fora escravo de Brás na infância e sofrera os espancamentos do senhor. Um dia, Brás Cubas o encontra, depois de alforriado, e o vê batendo num negro fugitivo. Depois de breve espanto, Brás pede para que pare com aquilo, no que é prontamente atendido por Prudêncio. O ex-escravo tinha passado a ser dono de escravo e, nessa condição, tratava outro ser humano como um animal. Sua única referência de como lidar com a situação era essa, afinal era o modo como ele próprio havia sido tratado anteriormente. Prudêncio não hesita, porém, em atender ao pedido do ex-dono, com o qual não tinha mais nenhum tipo de dívida nem obrigação a cumprir.

CONCLUSÃO
Machado alia nesse romance profundidade e sutileza, expondo muitos problemas de nossa sociedade que existem até hoje. Daí o prazer da leitura e a importância de seu texto, pois atualiza, de forma irônica, os processos em que nosso país foi formado, suas contradições e os desmandos que ainda estão presentes.

Fonte: Guia do estudante